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POR VIR
A Escola Por Vir confia no respeito, no gesto sem violência, na gentileza e alegria, na distensão psicológica própria do ambiente da cozinha, da hora do lazer, do recreio e em ferramentas/dispositivos de difusão de conhecimento.
Confia nas práticas do campo expandido da arte, para e com a participação da comunidade local, a fim de pensar o funcionamento e uso de um lugar comum para construção de novas inteligências e compartilhamento de saberes, que, no contra turno escolar, contribuem para a reflexão e transformação do mundo e constituição de subjetividades fortes, livres, saudáveis e donas de seu destino.
Busca a descolonização do pensamento, reconhecendo a educação e a arte como um agir que articula fragmentos da diversidade, que atualiza o comum, como política de inclusão.
“Nosso ponto de partida é o reconhecimento de que a produção de subjetividade e a produção do comum podem formar, juntas, uma relação simbiótica em forma de espiral.
Em outras palavras, a subjetividade é produzida através da cooperação e da comunicação, e por sua vez esta subjetividade produzida vem a produzir novas formas de cooperação e comunicação, que por sua vez, produzem nova subjetividade, e assim por diante.
Nessa espiral, cada movimento sucessivo de produção de subjetividade para produção do comum é uma inovação que resulta numa realidade mais rica.
Talvez devamos identificar nesse processo
de metamorfose e constituição a
formação do corpo multidão, um tipo fundamentalmente novo de corpo,
um corpo comum, um corpo democrático.”
Negri e Hardt
A Escola Por Vir, fruto do território existencial da comunidade onde as experiências se dão: a Pequena África - se entende como uma micropolítica com o devir de promover maior justiça social e de impulsionar, de dentro para fora, novos gestos que partilhem os saberes entre todas as gentes, buscando por suas positividades, autonomia e emancipação.
Se através da cooperação e da comunidade se produz as subjetividades que constituirão o novo comum que produzirá novas subjetividades e assim por diante,
o programa da Escola Por Vir é uma potente espiral de construção não só de futuro mas de presentes melhores.
E são as atividades desenvolvidas pela Lanchonete <> Lanchonete com a comunidade local desde 2017,
o espelho das ações educativas pensadas na ampliação da escala e potencialização das esferas na região da Pequena África.
Adotando o modelo já em curso, de estações de experimentações que passamos a chamar de MOCAMBOS, o programa da Escola Por Vir investe em atividades elementares vocacionadas para:
1. a sensibilização crítica no sentido dos direitos humanistas e fundamentais;
2. a re-alfabetização política;
3. a constituição das subjetividades de todes es sujeitos implicades.
EIXOS PRINCIPAIS
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Amor como gesto político de transformação de mundos
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Ancestralidade e Descolonialidade
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Bem-estar social da comunidade
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Sensibilização crítica e geracional da História
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Autonomia, emancipação, permanência
para multiplicação das potências de sujeite e para
o bem-comum -
Educação ambiental
“Descolonizar o conhecimento é encontrar e explorar formas alternativas e emancipatórias para sua produção, que estejam fora dos parâmetros clássicos. Então já começa com os formatos. Considero muito importante criar um espaço híbrido em que o acadêmico e o artístico se dissolvam.
A interdisciplinaridade é um modo de descolonizar e transgredir as formas clássicas de conhecimento, porque penso que é o que os discursos atuais mais futuristas fazem, como os estudos transgêneros,
queer e pós-coloniais.”
Grada Kilomba
OBJETIVOS
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Possibilitar o bem-estar social mínimo para as crianças da comunidade através das ações cotidianas pedagógicas na cozinha que se
estendem à processos criativos, além de acompanhamento de sua saúde mental e física. -
Disponibilizar oficinas regulares sobre ancestralidades e gênero tanto para a comunidade quanto para o público em geral.
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Garantir com a curadoria das participações em artes visuais que as expressões sempre tenham uma preocupação pedagógica para com a comunidade.
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Oferecer à comunidade um ambiente de leitura
e espaço para biblioteca focada em autores negres brasileires de narrativas afro, da diáspora, indígenas, caipiras, ribeirinhas, brasileiras e quando sobre arte dar conta de processos artísticos, pedagógicos e ambientais que problematizem o campo da arte e não-arte, ampliando-o. -
Formação para multiplicadores sociais: aulas periódicas com convidades e temas específicos
dentro do contexto dos eixos principais dos programas desenvolvidos.
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Apoiar atividades criativas associadas à circulação dos artistas locais em outros contextos.
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Criar um centro de pesquisa em arte acessível à comunidade, “um lugar comum para nós mesmos, por nós mesmos”, desenvolvendo iniciativas sustentáveis dentro da Pequena África.
Dada a histórica precarização social da Pequena África, do complexo contexto que denominamos social ou mundo e considerando as singularidades, as urgências e prioridades, as gentes, os afetos, o comum, o público e o íntimo, a cidade, a história, a construção de outras inteligências, o lugar para toda fala, a moradia, a saúde, a alimentação, a ancestralidade, a descolonização do pensamento,
as festas e os encontros, a arte, a política, a cultura, os recursos naturais e etc a invenção da Escola Por Vir propõe desenvolver atividades inspiradas nas ideias político-filosóficas de igualdade entre os homens e no direito de todos à educação através de um sistema de ensino público, livre e aberto.
Confira nossas práticas da Escola por Vir em
2022 - 2021
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Sob coordenação de Lívea Mattos (de fev à dezembro) e
Nina Bruno Malta (de fev à agosto) e com supervisão pedagógica de Yara Maria Miguel, o programa da Escola Por Vir disponibilizou, gratuitamente no contraturno escolar, oficinas regulares de:
CAPOEIRA, CIRCO, PERCUSSÃO, KICKBOXING, ESPORTES COM BOLA,
ARTES PLÁSTICAS E GRÁFICAS, AUDIOVISUAL, INFORMÁTICA, BIBLIOTECA, LETRAMENTO ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE ORALIDADE, LEITURA E ESCRITA ministradas por artistas, educadores populares, agentes locais e de comunidades da cidade do Rio de Janeiro.